MAGDALENA
R U I Z C A S T I L L O
Hackenberg
ᅟᅟᅟ
magdalena
birth and growth
of a dreamer
Anna Magdalena
Ruiz Castillo,
born in Havana, March 30, 1994. A woman with a determined, efficient, ambitious nature, even if she doesn't use it for good, but her own achievements only... Persistent, dangerously verging obsession, but with a precise sense of cunning. She tends to be very intuitive, almost telepathic and holistic.She can fall for deep connections and intense affairs, even though avoiding any commitment. Oftenly charismatic and enigmatic, but caring and always a good listener.Magdalena never had much support from her parents to follow her dreams of an acting career, but on the other hand, they were never able to repress her either. Her mother worked in the human resources sector of the Ministry of Education, and her father, moving between different jobs, managed to establish himself as a professor of philosophy.

Despite having lived in poverty all her childhood, in a collapsing country, Magdalena never measured or withered her dreams for scarce resources. She was always a flamboyant, show-off child, with big eyes and easy smiles. She was the sun of the family, because even living as she did, she managed to find moments of joy and recreation.She never had access to the internet or foreign films, all she could do was watch 20 minutes of cartoons on Saturday and the Sunday movie matinee at the local cinema. Sometimes she would go to the neighbour's house to watch soap operas because she never had a TV either. She would always memorise monologues and expressions in front of the mirror, often she did it easily, so since she was 10 she was convinced that she would be an artist when grew up. She wanted to be not just an actress, but a singer, dancer, painter, poet, she wanted to know how to play all the instruments and songs. She wanted to be able to dominate everything.
First name | Anna Magdalena | Last name | Ruiz Castillo Hackenberg |
Alias | Mag, Maggie, Lena Nena and Mother | Pet name | Picarita, dolenguita (by parents), schatz/schatzi, sugar (by husband) |
Status | Married to him. | Sexuality | Marriedsexual |
Nacimiento | 30 · 03 · 1994 | Age | 29 years old |
Personality | Sanguine | MBTI | INFJ-T |
Zodiac sign | Aries | Rising | Capricorn | Moon | Scorpio |
Profession | actress producer ambassador model | Hobbies | painting traveling hiking pilates | Interests | reading wirintg watching dancing |
Heigh | 165cm [5,41 ft] | Weight | 55 kg [121 pounds] |
Body type | Ectomorph Kibbe/Classic Dramatic | Hair | Silky dark brown, hates dyeing |
Eyes | heterochromatic striking olive green with honey beads | Skin | pale almond face freckles body little moles |
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❝i am.
many⠀
things
❝A trajetória de uma mulher, não de uma personagem ou de uma fantasia.❞
Nunca consegui decidir por onde começo, e sempre me incentivaram que “do começo” é o ideal, mas qual foi o ponto inicial, crucial, que acarretou a série de eventos caóticos que me trouxeram até aqui? Como abusar da teoria psicanalista para justificar que meus comportamentos e escolhas são resultados de ideias plantadas em meu subconsciente, o que não me faz menos responsável, mas talvez persuadida, engolida por esse gigantesco estômago de consumação massiva e obsessão. Corra atrás de seus sonhos; tente, agarre, insista, morda, vença. Quando nos tornamos essa selva? Quando decidimos que deveríamos destruir um ao outro?Pois bem, aqui estou.Uma vez li sobre a problemática de autores que assumem a posição de Deus ao contar suas histórias, e como o olhar onipresente se torna muito benevolente para justificar suas tendências e expor suas mais íntimas essências. Mas não posso fazer isso. Não sou Deus. Eu sou apenas eu. Essa é .minha história., portanto, para mim, a mais importante que qualquer outra. A trajetória de uma mulher, não de uma personagem ou de uma fantasia. Não há ordem ou coerência que justifique meus atos ou o rumo que tomou minha vida, nem uma grande lição ou redenção no final do caminho. Sendo assim, não prometo nada além da minha visão indulgente sobre mim mesma.
Sempre fui uma criança criativa e extravagante, e sempre tive uma inerente compulsão por ser .vista, notada e reconhecida., de modo imperativo ou não. A primeira palavra que aprendi a falar foi dame, que em espanhol significa “me dê”. Não foi papa, nem mama, mas dame. O que é comum para a maioria dos bebês quando descobre que essa palavra tem o poder de conceder tudo o que eles querem. Basta esticar a mãozinha, abrir e fechar os dedinhos contra a palma, e falar “dame”. Não há problema algum, até então. É só um bebê que quer coisas. O problema, na verdade, cresce junto aos ideais e aos impulsos violentos que as proporções dessa autoridade podem assumir.Em Cuba, eu quase fui agraciada com a sorte de viver em Havana, centro histórico e principal sede para a maioria das doações estrangeiras durante a crise econômica. Mas logo após meu nascimento, meus pais se mudaram para uma pequena cidade na província de Mayabeque por conta da competitividade de emprego na capital. A resolução dessa escolha foi que cresci em meio ao racionamento de alimentos, escassez de combustível e apagões de eletricidade por conta dos ecos do El Período Especial en Tiempos de Paz, e com certeza nunca conheci o significado de conforto ou privilégio em minha pobre existência. Talvez por isso eu dedicasse tanto do meu tempo presa na minha própria mente, recriando outras realidades onde eu era a Cecilia, a Verena ou a Constance: a doce mocinha que se torna fruto de paixão do rapaz perfeito, a vilã sensual que usa decotes baixos e ameaça suas vítimas com venenos, a sábia anciã que se ostenta no papel de vidente ao saber o destino de todos que a cercam. Cada uma delas presa naquela TV, e em mim.
❝O problema, na verdade, cresce junto aos ideais e aos impulsos violentos que as proporções dessa autoridade podem assumir❞
Eventualmente, meus pais conseguiram ser influentes perante a crise econômica do país. Isso nos concedeu alguns de tais privilégios, mas aqui falo de privilégios que seriam muito comuns para os outros, como o direito de ir e vir, água potável e remédios. Nem ao menos havia internet ou qualquer conteúdo de mídia estrangeira para alimentar o intelecto cultural, nada que me apresentasse o mundo para além da costa árida daquele deserto insular.Aos doze, ingressei no colégio de artes, e ao invés de explicar a enfadonha trajetória de descoberta, dedicação e ascensão, eu pulo imediatamente para os meus 14 anos, quando fui “expulsa” da escola por conseguir um papel importante em um filme de baixo orçamento, e por conta disso concluíram que eu não conseguiria conciliar com as aulas. No entanto, apesar dos meus incomensuráveis esforços pelo papel, fui obrigada a infringir o fracasso de alguém que me foi uma amiga querida durante todos aqueles anos.Não faço entender bem essa breve fase comprimida e esmagada no canto de minhas memórias. A questão é que a maioria das garotas da minha idade, naquela época, já tinham o corpo bem amadurecido: seios fartos, bunda empinada e cintura fina, mais 1,70 de altura e unhas longas, vermelhas. Eu nunca fui estonteante como minha melhor amiga Carolina. Minha altura havia travado em 1 metro e 65 — uma altura ingrata, que não te faz ser pequena e fofa, e nem te faz ser deslumbrante —, eu precisava usar sutiã de bojo para realçar os seios, barriga para dentro, costas arqueadas para parecer que era mais curvilínea do que realmente era; de modo muito irritante eu conseguia ser mediana em absolutamente tudo, menos na minha disposição à entrega — eu faria qualquer absurdo. E é claro que o corpo esbelto e maduro para a pouca idade conquistava a atenção de olheiros e recrutadores. Uma atenção que eu não conseguia alcançar e, com isso, nem ao menos tinha a oportunidade de mostrar o meu potencial.
É claro que ela conseguiria o papel para aquele filme medíocre com seu talento mesquinho, mas ela esbanjava charme, então ninguém se importava com a quantidade de vezes que ela errasse as falas, ou em como suas expressões eram mecânicas e inconsistentes.Era ela ou eu, e eu definitivamente não estava disposta a permanecer presa em Cuba por mais um ano sequer, então aprendi pela primeira vez o que algumas doses de hidróxido de amônio eram capazes de fazer… Mais intrinsecamente, eu sabia que aquela não era a primeira vez, e nem seria a última. Comicamente, sempre tive algum talento para química.Garanti meu bilhete para o estrelato e nada poderia ser mais importante que isso. Eu disse, minha história era mais importante do que qualquer outra, e se eu não tivesse escrito com meus próprios punhos, não estaria aqui para contá-la de maneira tão altiva. Sei que minha vocação sempre foi inegável, sou vaidosa e categórica, mas nunca fui a única melhor no que eu fazia e tragicamente recorria a métodos pouco profissionais, mas indiscutivelmente artísticos, para conseguir uma posição de meu interesse.
"aprendi que pode-se oferecer muito mais com o eriçar da pele sob tecidos transparentes do que se pode com o extrair natural de lágrimas emotivas ou a expressão de veracidade em falas e gestos."
Aos 18, já morando com meus avós em Madrid há dois anos, eu aprendi que talento pode ser resumido em sua inclinação para a nudez, mas se tiver ambas as armas e souber como usá-las, talvez consiga algo a mais. Ser atriz não era apenas atuar, era mostrar, expor, revelar, instigar, atrair, excitar… É estar disposta a aceitar convites que você não quer aceitar, sair com pessoas que você não quer sair. E a falsa liberdade da maioridade me servia isso em uma bandeja de prata pútrida. A medida que eu amadurecia, se tornava muito fácil para mim reconhecer e agir conforme as verdadeiras intenções de meu interlocutor, e assim, cada vez mais eu entendia que nada daquilo era sobre o que eu queria, mas o que os outros queriam de mim, e eu precisava, acima de tudo, fazê-los me querer para eu ter o que eu queria. Essa é a ferocidade da fama. Era sobre as pessoas que eu precisava tirar do meu caminho para chegar até lá, sem medir a dimensão de minhas contravenções ou a integridade de meus princípios morais.Me construí em um roteiro onde eu pudesse, de novo e de novo, interpretar em frente às câmeras ou aos olhares críticos, a mulher que eles esperavam que eu fosse, com o frescor no rosto de bochechas rosadas, o brilho nos olhos verdes e o sorriso fácil. Tanto quanto o corpo esbelto, a desenvoltura, a sensualidade, a autenticidade. “Você não é como as outras garotas, você é especial”. Aqui você não é reconhecido por seu talento; fama se faz com fama, dinheiro se faz com dinheiro. E de onde uma atriz cubana — que trabalhava nos fundos de uma lanchonete para sobreviver na selva de Los Angeles — conseguiu tudo isso sem ter nada disso? A resposta foi fácil para os pequenos tabloides. Eu estaria dormindo em sofás, estaria me sustentando com “party favors” e dando nó em hastes de cerejas.